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17 fevereiro 2013

CULTURA DA FILA: Precisamos aprender!

Pra quem já foi visitar a capital Carioca e teve a oportunidade de enfrentar uma fila para pegar o ônibus ou sacar um dinheiro no autoatendimento de um banco qualquer, deve ter se surpreendido com importância "quase que letal" do respeito a ordem de chegada da fila que eles dão por lá.

Para os cariocas, "furar" a fila é um desrespeito imenso... e não importa se você tem um amigo, parente ou conhecido que aceita lhe ceder o lugar da frente ou pegar suas contas para pagar por você. A coisa é simples: "tentou furar fila, vai levar esculacho da geral", correndo o risco até de pegar uns catiripapos.

Aqui no Acre, o negócio é mais bagunçado... mas também já houve tempos piores. Me lembro de guando entrar na frente de um conhecido que estava numa posição bem adiantada na fila era coisa normal. Sorte de quem encontrasse "uma cara amiga". Noutros tempos, passei por situações onde determinada pessoa, que normalmente nem falava comigo, me encontrava numa fila gigantesca e logo me tratava como amigo de infância. 

Mas hoje em dia a coisa tá mudando, pois entrar na frente de um conhecido já encontra resistência por parte de algumas pessoas que não se envergonham de reclamar. Como se reclamar seus direitos fosse vergonhoso. O problema é que aqui no Acre levantar a voz contra o cobrador do ônibus que não devolve os R$ 0,10 (dez centavos) de troco ou chamar a atenção de alguém que tenta, na malandragem, passar na frente de um monte de pessoas que esperam na fila há mais de meia hora é sinônimo de inconveniência. Diante disso, a maioria das pessoas preferem se calar!



A ESTRATÉGIA DOS CARAS DE PAU DA FILA:
A ilustração acima mostra bem como agem essas pessoas que não tem vergonha de desrespeitar a ordem da fila. Veja:

Primeiro passo: ao chegar na fila, ele procura algum conhecido que ele possa se aproximar;

Segundo passo: o "cara de pau" se aproxima para iniciar uma conversa qualquer... algo sem nenhuma relação com o banco. Esse processo demora alguns minutos até que a fila ande uns três ou quatro passos e ele possa perceber se é melhor se posicionar na frente ou atrás do tal conhecido. Após escolher o local apropriado para ser "furado", ele cria uma abertura maior na fila para se encaixar melhor e conseguir certa estabilidade na posição;

Terceiro passo: após certo tempo de conversa e já tendo conseguido a posição que ele almeja, o "cara de pau" desvia a conversa para assuntos bancários. Este é o momento em que ele vai perceber se dar para ficar na fila ou se é melhor deixar os documentos com o tal conhecido que serviu de suporte para ele. É interessante notar que muitas vezes o "furão" procura estabelecer uma certa conversa com uma outra pessoa na fila para ganhar maior simpatia e não ser constrangido a ir para o final da fila.



APRENDA TÉCNICAS DE CONTRA-ATAQUE

Bem, para todo ataque sempre há táticas de contra-ataque. Por isso, depois de me sentir lesado diversas vezes na fila de banco, criei certas técnicas que poderão ajudar você a se livra dos furões de fila de forma tão sútil quanto a estratégia deles em passar na sua frente.

Primeira dica: fique sempre alerta quando alguém passar na sua frente e começar a conversar com um "conhecido". Pode ser qualquer assunto... não importa se o cara de pau está chorando ao contar que a mãe acabara de morrer. Fique ligado.

Segunda dica: Não dê nenhum espaço físico para o furão entrar na fila de mansinho. Caso a pessoa com que ele esteja conversando esteja mais adiante na fila, procure educadamente alertar as pessoas a sua frente para andar, você pode usar frases como: "oi, desculpa, mas é que não é bom deixar muito espaço na fila (acompanhado de uma sinalização sutil com a cabeça, apontando o furão)", assim as demais pessoas ficarão atentas também.

Terceira dica: Fique de cara "amarrada" sempre olhado diretamente para a conversa do "cara de pau"... não sorria, não se distraia... não mostre que você é uma boa pessoa. Faça cara de mal e que você amanheceu de mal humor (rs).

Quarta dica: Se você fizer tudo isso e ainda assim o "cara  de pau" tentar entrar na fila ou acabar deixando as contas dele para o tal "conhecido" pagar, você tem duas escolhas a fazer: ficar calado e abrir mão do seu direito ou chamar a atenção do furão com toda educação.

Quinta e última dica: Se você não quiser chamar a atenção do "cara de pau", é melhor ficar calado mesmo, fica muito feio você fazer comentários indiretos, além do mais, não resolve nada. Agora se você realmente quiser impedir que o "cara de pau" fure a fila, chame a atenção dele com toda educação, porém de maneira firme e decidida. Caso ele insista em continuar na fila ou não pegue de volta seus documentos entregues ao tal "conhecido", seja corajoso e chame a gerência para resolver o caso (com educação e sem fazer maiores escândalos), e se ainda assim não for resolvido o caso, fique mesmo na frente do "cara de pau" e do tal "conhecido" na fila, sob a alegação de que dali para atras não há ordem... aí, as outras pessoas da fila vão rapidinho se manifestar.



DEVEMOS NOS INDIGNAR COM AS INJUSTIÇAS

Precisamos parar de sermos melindrosos e começarmos a reivindicar nossos direitos. Entregar o boleto e o respectivo dinheiro para algum conhecido que já está na fila é errado e uma imensa falta de respeito com quem já estava esperando. Precisamos ter consciência disso... devemos nos posicionar, seja para relevar o erro de quem furou a fila seja para reivindicar o nosso direito, pois fazer simplesmente  comentários indiretos (ou como dizem alguns: bodejar) é o mesmo que se acovardar, pois quem faz assim não tem a ousadia necessária para enfrentar a situação de frente. Isso vale para as filas que enfrentamos no dia-a-dia ou para qualquer outro direito nosso.

Por Marcelo Neri Leite, advogado.

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